Segundo dados da DigiCapital, o mercado dos jogos digitais movimentou cerca de 325 bilhões de dólares no ano de 2018, lucrando mais que as indústrias cinematográfica e fonográfica somadas. Isso ocorre por conta das novas tendências do mercado e formas de distribuição. Os games mobile são os maiores responsáveis, representando um lucro de 95 bilhões de dólares. Em seguida, temos os hardwares e games para PC, que somados, lucraram cerca de 60 bilhões de dólares.
É notável a flexibilidade desse mercado, que sempre busca inovar na maneira em que os jogos interagem com os jogadores e, podemos sentir isso nitidamente nas experiências com a realidade virtual.
A realidade virtual surgiu nos anos 50 com a máquina Sensorama, que simulava um passeio de bicicleta por Nova York. O dispositivo incluía um visor estereoscópico, ventiladores, emissores de odor, sistema de som e uma cadeira que movimentava. Obviamente, para a época em que foi lançado, foi uma revolução, mesmo sendo apenas um filme com nenhuma interação com o usuário.
Durante os próximos anos, surgiram outros equipamentos e novas experiência, mas a tecnologia ainda não era acessível e popular. Foi apenas nos anos 80 em que o termo “realidade virtual” foi criado pelo programador Jaron Lanier. Ele criou o EyePhone, que foi lançado em 1989 que, além do óculos, possuía luvas que aumentavam a imersão dos usuários. Mas a tecnologia ainda estava longe de ser acessível com o seu alto valor de 9400 dólares.
Nos anos 90 a realidade virtual tornou-se popular e mais acessível. Diversas máquinas de fliperama surgiram e até mesmo a Sega e a Nintendo, criaram os seus dispositivos VR, porém, foram um fracasso. O Sega VR ficou apenas no protótipo e quatro jogos foram desenvolvidos. O Nintendo Virtual Boy foi lançado, porém era desconfortável e poucos jogos foram lançados.
No ano de 2014, o Google criou a plataforma CardBoard, que possibilitou o desenvolvimento de aplicações e games de realidade virtual para smartphones, tanto Android quanto IOS. Com um óculos feito de papelão, qualquer pessoa com um celular simples poderia ter acesso, e diversos aplicativos e jogos começaram a surgir.
No ano de 2016, surgiram os dispositivos Oculus Rift e o HTC Vive para PC. Ambos chegaram às lojas com a promessa de revolucionar o mercado de realidade virtual e trazer a experiência para dentro de casa através dos computadores, e realmente conseguiram. Diversos jogos e aplicações são lançados ou adaptados por ano para ambos os dispositivos.
No ano de 2017, a Microsoft lança a sua plataforma de realidade virtual, a Windows Mixed Reality para o Windows 10. Grande parte dos jogos e aplicações dos óculos anteriores rodam nessa plataforma, além de alguns exclusivos.
O funcionamento é praticamente o mesmo, porém a Microsoft liberou o seu sistema para que outras empresas pudessem lançar os seus óculos. Então, a Dell, HP, Acer, Lenovo, Asus e Samsung desenvolvem os seus dispositivos e podem ser usados na Windows Mixed Reality.
Com o mercado em constante evolução, não pense que a tecnologia fica limitada somente para games. A realidade virtual pode ir muito mais além do que você imagina. Ela pode ser usada em projetos de arquitetura e construção civil, demonstração de algum produto, simulação de algum veículo, treinamento de soldados, testes psicológicos e entre diversas outras aplicações.
A realidade virtual coloca você dentro de um ambiente virtual para simular experiências. Abaixo, podemos ver um ótimo exemplo. Esse é um equipamento grande e que leva meses para ser desenvolvido. Com a realidade virtual, em qualquer lugar, você pode ter noção de tamanho e interagir sem estar presente no local.
Essa foi a primeira experiência em realidade virtual desenvolvida pela Agência Labra e foi utilizada em uma feira. Os visitantes tiveram a oportunidade de conhecer o produto em detalhes sem estar no local físico. Com um celular simples e um óculos de baixo custo, já é possível desenvolver uma experiência poderosa.
Na construção civil, por exemplo, muitos imóveis são vendidos na planta. Com a realidade virtual, podemos simular o imóvel para o futuro comprador saber como será a sua propriedade, sendo possível interagir com o ambiente, como mudar a cor das paredes e posição dos móveis.
Diversas marcas automotivas estão utilizando a realidade virtual, tanto para o desenvolvimento do automóvel, quanto para a venda. Como o veículo é um produto de alto custo, as empresas criam os projetos no ambiente virtual para realizar testes e diminuir o valor da construção do carro.
Esse mesmo ambiente virtual pode ser adaptado e apresentado para os clientes que vão a concessionária. Assim, não é necessário possuir o veículo fisicamente, apenas o equipamento VR.
A realidade virtual também pode ser utilizada para treinamentos de funcionários de forma prática. É possível simular situações de perigo em qualquer ambiente, sem nenhum risco.
Também é possível treinar pessoas em um mesmo ambiente virtual, mesmo que fisicamente elas estejam em lugares distintos. A redução de custos com treinamento é enorme comparado com a forma de treinamento tradicional.
Apesar do conceito de realidade virtual existir desde a década de 50, a tecnologia ainda é recente e tem muito para evoluir, tanto na parte de games quanto no uso para indústria. Então prepara-se para o futuro mergulhe fundo nas milhões de possibilidades que a realidade virtual pode proporcionar.
Concluímos que as oportunidades para alavancar novos negócios, expor os produtos mudaram, e quem estiver se preparando para oferecer ao mercado alternativas, irá conquistar novos e melhores mercados.