As principais tendências para 2021 na indústria automotiva mostram que este será um ano atípico dentro do segmento, assim como 2020 já foi. Além disso, no entanto, pode ser um ano que acelerá várias macro tendências do setor, algumas delas que estavam inclusive demorando para “pegar no tranco” e agora encontram justamente as condições básicas para poder se desenvolver no mercado.
Um dos principais condicionadores para o mercado automotivo em 2021 é, claro, a pandemia do novo coronavírus. A situação ainda é muito crítica no Brasil, apesar de já começar a melhorar em outros países, que estão com o cronograma de vacinação mais adiantado. Dessa forma, a perspectiva é que até o fim do ano a situação do mercado esteja mais ou menos normalizada no cenário internacional, com ainda alguns contextos a serem tratados.
E quais são as tendências para 2021 na indústria automotiva que a atual situação trouxe? Vejamos abaixo!
5 tendências para 2021 na indústria automotiva
1. Partida de empresas do Brasil
O ano de 2021 começou com a péssima notícia da partida da Ford do Brasil. Além dos milhares de funcionários que perderam seus empregos, a empresa era uma das principais do país em termos de vendas e produção.
Com a sua saída, o país sentiu inclusive um impacto ligeiro no PIB, uma vez que a empresa movimentava muitos bilhões de reais com a produção e venda dos seus carros (o Ford Ka, por exemplo, foi o segundo mais vendido do ano em 2019).
No entanto, a Ford não é a única empresa a deixar o Brasil ou, no mínimo, ter planos para tal. Segundo especulações da imprensa, a Renault e a Nissan também estudam fechar suas fábricas por aqui e deixar de ter posicionamento nacional.
Com isso, deveremos ver os automóveis de outras marcas tendo mais espaço aqui. Por exemplo, os carros Toyota podem crescer no Brasil, considerando que a empresa é uma das maiores fabricantes do mundo e ainda não tem o mesmo espaço aqui.
2. Maior foco na experiência de compra digital
Uma tendência de 2021 acelerada pela presença do novo coronavírus na sociedade é o maior foco na experiência digital do consumidor. Na prática, veremos as empresas investindo cada vez mais em ações digitais para agradar e atrair os clientes.
Por exemplo, já vimos (e veremos ainda mais) a presença de showrooms digitais, em que os consumidores podem ver detalhes dos carros do conforto de casa no computador ou no celular.
No entanto, isso não será tudo. A experiência digital ainda englobará muito mais, cobrindo praticamente toda a jornada de compra dos consumidores.
Já se sabia que 95% das compras de carros começam com uma pesquisa no Google e que 60% dos consumidores assistem vídeos dos automóveis que pretendem comprar. Os passos seguintes, no entanto, costumavam ser físicos e analógicos: ir ao banco pedir por um financiamento, negociar na concessionária e por aí vai.
No entanto, os empréstimos online começam a se tornar mais populares, assim como as concessionárias que fazem toda a negociação online. O atendimento pelo WhatsApp e por outros mecanismos tornou- se cada vez mais comum e, em 2021, deverá ser a principal forma de comunicação dos vendedores.
3. Aceleração dos elétricos
Os automóveis elétricos são o futuro do mercado. Muitos países, incluindo o Brasil, já estabeleceram datas para que os veículos a combustão deixem de ser comercializados, o que abrirá espaço para uma boa redução dos gases que aceleram o efeito estufa.
Nessa pandemia, as montadoras viram os seus grandes lançamentos de carros a combustão falharem consideravelmente por causa da baixa procura por automóveis. Na prática, no entanto, os carros elétricos continuaram crescendo.
Essa diferença de posicionamento pode levar as montadoras a acelerar a adoção de veículos eletrificados no Brasil, mesmo com a infraestrutura ainda não sendo a ideal para isso.
4. Maior peso dos SUVs no mercado
Um efeito semelhante ao dos carros elétricos aconteceu com os SUVs. Os automóveis populares, que dominam o ranking dos mais vendidos, tiveram um desempenho pior em 2020 por causa da pandemia. Afinal, as pessoas que costumam comprá-los foram as mais afetadas pela crise. Assim, a demanda diminuiu bastante.
No entanto, o público padrão dos SUVs foi menos afetado pela pandemia, o que fez com que eles tivessem um peso maior nessa situação e ganhassem um maior foco das montadoras.
5. Crescimento dos usados e seminovos
Por fim, com a pandemia do novo coronavírus, as pessoas passaram a precisar mais de carros para não pegar tanto transporte público (onde o risco de contaminação é maior).
No entanto, o preço de veículos novos é muito alto (na base das dezenas de milhares de reais). A solução mais comum tem sido comprar automóveis usados ou seminovos, que são mais baratos. Isso fará com que o mercado desse tipo de carros cresça bastante em 2021.
Essas são as 5 principais tendências para 2021 na indústria automotiva. Como deu para ver, aquilo que esperávamos para este ano foi praticamente totalmente alterado com a pandemia do novo coronavírus. Dessa forma, é importante se adaptar para poder se posicionar adequadamente nesse mercado tão volátil e que sofre tanto com a situação atual, a ponto de várias fábricas fecharem.
E aí, quais são as principais tendências da lista na sua opinião? Comente abaixo!